sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Óbvia e basicamente

O Cotão descobriu os The Dodos. Ou melhor, o Cotão tem um dealer musical que lhe revela sempre as pequenas preciosidades que mais são do seu agrado. Há tanto de Animal Collective nestes jovens, que às vezes até soa a plágio. Mas depois há músicas que se descolam desse rótulo, e os The Dodos passam a assumir uma individualidade própria. E sendo eu apegada à lamechice sentimental, digam lá se esta não é uma música típica do Cotão? Que nós mulheres, às vezes (só às vezes) também somos óbvias e básicas ...

The Dodos : Undeclared

Easy Listening

Os últimos dias têm exigido do Cotão grande desgaste físico e mental. Ele são as amigdalites, as lesões no pulso, as dores de cabeça (logo o Cotão, que só tem dores de cabeça quando o rei faz anos), as borbulhas depreciativas em locais onde toda a gente as consegue ver a avantajada distância ... enfim ... O Cotão anda com as baterias desgastadas. Razão pela qual anda um acérrimo adepto do easy listening. E não me refiro ao género musical por esse nome conhecido. Com easy listening pretendo mesmo esmiuçar o âmago da expressão: easy + listening ... Músicas simples, fáceis de ouvir, que entrem no ouvido facilmente e não exijam grande esforço de apreciação. Música fast-food, se assim lhe quiserem chamar. Que para esforço já basta o do dia-a-dia...

Empire of the sun : Walking on a dream

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Empipoquemo-nos


Razão pela qual o grão de milho de pipoca é o 69º alimento mais nutritivo à face da Terra ...






Nabo ou uma lição de vida


Não é que seja motivo de orgulho, que não é ... mas o Cotão ontem foi aos nabos. Isso mesmo, nabo nabinho, o legume que faz bem ao dentinho e à obstipação crónica. O Cotão vestiu-se a rigor, usurpou um nabo roubado e saíu para as ruas de nabo em punho e uma determinação fora do comum. Ora isto faz-me recordar duas verdadeiras lições de vida: "Com o preto nunca me comprometo" e "Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão". Ora não será por causa do nabo que hei-de ir parar ao inferno, por mais tentadora que a ideia me pareça. Nabos à parte, o Cotão retira sempre valiosos ensinamentos de todas as experiências: há coisas na vida que valem a pena, mas que só é preciso fazer uma vez. Tudo o que é demais enjoa, e não há necessidade nenhuma em insistir na repetição ...

Sending out a message ...

Nina Simone : Love me or leave me

Body Combat


À espera de dias melhores (ao que parece amanhã vai começar outra vez a chover ... não que eu esteja propriamente a falar de metereologia), os senhores John Coltrane, Miles Davis, e as senhoras Ella Fitzgerald e Nina Simone andam-me a embalar a passagem lenta e penosa das horas ... O que é que se há-se fazer ? Não tarda e estou a alugar filmes de cinema mudo e tranco-me em casa com um enorme balde de pipocas, um cobertorzinho por cima dos pés por causa do frio e um gato a ronronar ao colo. Há que combater esta apatia. E há que começar já a tratar disso ... O Cotão prepara-se assim para interromper o início do período de hibernação. Que isto de se ser jovem tem muito que se lhe diga. E afinal ... há uma selva lá fora. O Cotão vai-se atirar às feras assim ao desvairio. Antes ficar ferido em combate que assistir cobardemente no lugar do espectador.

domingo, 26 de outubro de 2008

Soooooooo confused ...

Supercalifragilisticexpialidocious

Depois de umas repousantes 10 horas de sono (afinal hoje todos dormimos mais uma hora), as olheiras sem dúvida que se esbateram. É o chamado acordar com pele de bebé. Pena que é coisa que só acontece ao domingo, o dia de menor contacto social de toda a minha semana. De que é que adianta a pele de bebé se praticamente só eu é que olho para ela? Afaga o ego e já não é nada mau. Mas o sono a mais (para quem está acostumado a dormir 6 horas por noite, 10 horas é um luxo) teve um efeito secundário deveras bizarro. Ou foi disso ou então é mais um efeito da mudança da hora ... Acordei com a língua presa. Ou seja, como diz o povo por aí, ainda hoje não dei uma para a caixa. As sílabas saem-me trocadas, as palavras de dificil compreensão, e construir uma frase inteligível é tarefa árdua. Para não dizer asneira, mas vale fechar a boca e responder às intervenções a mim dirigidas com grunhidos. Passei então o dia a grunhir uns sons bizarros e animalescos. Mas surpreendentemente, apercebi-me de que nunca disse tantas vezes Três Tristes Tigres sem enrolar a língua (à pouco a contagem ia em 38 vezes seguidas e só parei porque francamente ... ao fim das primeiras 10 e da euforia inicial torna-se enfadonho) e consigo proferir palavras como anticonstitucionalíssimamente de forma exímia. Razões pelas quais tenho passado o domingo alegremente a cantar Supercalifragilisticexpialidocious como no filme Mary Poppins. Que se lixe a cardiologia. Vou mas é comprar pipocas, alugar o filme e passar a tarde no sofá de boca calada.

sábado, 25 de outubro de 2008

Soninho, soninho ...

O Cotão dormiu pouco e passou o dia mais para lá do que para cá. Para combater o peso das pálpebras, a solução encontrada foi carregar no play e colocar o volume do último álbum dos Primal Scream no máximo ... Não foi remédio santo ... mas ajudou ...

Primal Scream : Can't go back

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Summertime has come to past

A chuva do Outono trouxe os primeiros arrepios da estação. É a melancolia do final dos dias de Sol. Passei o dia a ver a chuva cair, com esta música a tocar dentro da cabeça ...

Ella Fitzgerald : Summertime

Os filmes que se vêm e a música que se ouve


Não sou uma cinéfila convicta porque não tenho tempo. É lamentável, mas ver um bom filme é um luxo do qual a minha agenda não me permite o deleite diário. É o tempo de ir até ao clube de vídeo, encontrar lugar para estacionar, pagar 20 cêntimos no parquímetro, subir vários lances de escadas (sim, porque eu só uso o elevador como meio de deslocação em último recurso), alugar o filme, descer as escadas (para baixo consta que todos os santos ajudam), fazer o caminho até casa e sentar-me 2 a 3 horas em frente ao ecrã a tirar finalmente partido da ansiada película. E depois repetir tudo para a devolver no dia seguinte, que é para não correr o risco de pagar multa. Por isso é que sempre me rendi muito mais facilmente à música que ao cinema ... a música é uma forma de arte muito mais imediata, que pouco exige de nós ... podemos sempre por o cd a tocar enquanto fazemos a Salada Russa, e, no caso de se ser mulher (logo, de se ser exímia na realização de multitarefas), podemos ainda em simultâneo telefonar ao Veterinário a marcar a castração do bichano, passar creme corporal nas flexuras dos membros locomotores e coçar o dedo mindinho do pé esquerdo, tudo em simultâneo. Ou então passar uma tarde em alegre périplo pelas lojas de electrodomésticos, a comparar preços de fritadeiras e máquinas de lavar roupa, enquanto o António Variações nos berra aos ouvidos "Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga" no Ipod ou Leitor de mp3. Claro que apreciar verdadeiramente a boa música exige paixão, tempo e dedicação, mas, de uma forma geral, a música é uma forma de arte quase gratuita. O cinema não. É muito mais exigente para com o espectador, exige-lhe fidelidade, devoção, atenção, com risco de se perder o fio à meada para não mais o encontrar ... a não ser que se carregue no botão do rewind, e lá está a paga pela asneira ... mais tempo perdido a voltar atrás. Esta é a razão pela qual o cinema, apesar de responder no masculino "O" é, de certezinha, mulher. Quem a quiser perceber tem que apanhar a história do início senão acaba por não perceber nada. Daí o velho cliché "Não percebo as mulheres". Pura falta de atenção. E este é um factos pessoalmente por mim comprovado: os poucos cinéfilos acérrimos que conheço são, realmente, entidades providas de uma grande sensibilidade estética, diria quase feminina. Atenção, ninguém está aqui a dizer que os apreciadores de bom cinema são gays. Só quem tem uma mente pequena é que confunde sensibilidade com escolha sexual. Mas isso é outra história sobre a qual não me quero alongar (no Dia Mundial da Liberdade de escolha sexual, se tal coisa existir, eu falo disso ... agora não). Bem, e com isto me perdi (lá se foi o fio e agora onde e que está o raio da meada?). Dizia eu que não tenho grande tempo para essas coisas dos filmes. Alugar é, indubitavelmente, a melhor opção hoje em dia. O cinema fora de casa está caro, nada se compara ao conforto do sofá da nossa sala, não temos que aturar com os barulhos de sucção da coca-cola do senhor gorducho da fila de trás nem com os borburinhos estranhos que vêm do fundo da sala quando o volume sonoro diminui, e, além disso, o peso na consciência nunca é tão grande porque as nossas pipocas caseiras têm sempre muito menos gordura, corantes e conservantes que as dos cinemas. Mas a principal razão pela qual raramente lá me apanham é a seguinte: em Coimbra nunca estreiam filmes de jeito (à excepção dos esporádicos ciclos de cinema no TAGV). É coisa rara haver um filme que me desperte a atenção e me leve a deslocar a um dos dois centros comerciais desta cidade (sim, porque os 2 cinemas que existem estão incorporados nos chamados templos do consumismo). Ora, muito contentinho o Cotão se encontra por o novo filme dos irmãos Cohen ter estreado no seio desta pequena grande aldeia. E tão contentinho ficou que decidiu que esta era uma oportunidade a não deixar escapar. É provável que o próximo filme de jeito a cá passar só o faça no final do próximo mandato presidencial. Muitos meses depois de Sweeney Todd do seu adorado Tim Burton (eu, que não gosto nada de musicais, dei-lhe o benefício da dúvida para acabar por descobrir que o meu problema está mesmo no musical em si e não no resto), o Cotão volta às salas de cinema. Que isto um dia não são dias ...

domingo, 19 de outubro de 2008

sábado, 18 de outubro de 2008

Sunday blues

Como por estes dias me faltam as palavras para exprimir o que quer que seja, deixo o Senhor António Rebordão Navarro falar por mim. Porque o domingo em que escreveu este poema era, certamente, um domingo muito parecido com o meu.

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Reservo-me o domingo para a busca
receosa e teimosa da alegria.
Meu coração devia ser alegre
como um pássaro novo,
meu coração devia ser alegre
como o vinho ou o fogo
No entanto, onde está a alegria?
onde estão as sementes da alegria?
onde vive a alegria? No entanto,
pergunto às coisas e às gentes
de domingo onde está a alegria.
Mesmo que a não encontre
destino-lhe o domingo,
este e outros domingos,
este sol e outros ventos,
este mar e outras ruas,
estas mãos e estes olhos.
Assim acho razão para não estar triste.




António Rebordão Navarro
O Dia Dentro da Noite
Poemas (1952 - 1982)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Bang head against wall






É assim que se aprende tudo na vida ...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Happy Birthday Kid Tutti


Porque à 2 semanas que ando em contagem decrescente para este dia. Porque estou farta de puxar pela cabeça a pensar no que te vou oferecer. Porque não gosto de aniversários, mas o teu é o mais importante do ano. Porque faço questão de o partilhar contigo. Porque és tão importante para mim. Happy Birthday sugar boy ...
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Não sei se me interessei pelo rapaz

por ele se interessar por estrelas

se me interessei por estrelas por me interessar

pelo rapaz hoje quando penso no rapaz

penso em estrelas e quando penso em estrelas

penso no rapaz como me parece

que me vou ocupar com estrelas

até ao fim dos meus dias parece-me que

não vou deixar de me interessar pelo rapaz

até ao fim dos meus dias

nunca saberei se me interesso por estrelas

se me interesso por um rapaz que se interessa

por estrelas já não me lembro

se vi primeiro as estrelas

se vi primeiro o rapaz

se quando vi o rapaz vi as estrelas


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Adília Lopes

Uma questão de química


Desmistifiquemos as ideias de romantismo, amor, romance e coisas afins. No fundo, bem lá no fundinho, nada disto existe. O mundo é governado por tudo o que nos escapa do alcance da vista, só para que nos recordemos do quão limitado o ser humano é. A realidade é crua, e é muito dura meus amigo: a culpa é das feromonas. Delas e deste sentimento irritante e mesquinho que é o medo de ficarmos e acabarmos, inevitavelmente, sós. Somos fracos, essa é que é essa. Conformemo-nos. Remar contra a maré é um esforço permanente e desgastante, reservado a um grupo limitado e restrito: o dos inconformados. Há quem acredite que é tudo uma questão de fé. Há quem, de facto, tenha fé num bando de fracos que facilmente quebra e cede a uma mistura de moléculas químicas que se andam por aí a pavonear no ar, e as quais ... cúmulo dos cúmulos ... nem conseguimos visualizar. Mas estão lá, que nestas coisas a ciência é rigorosa e mantém-nos os pés assentes na Terra. É tudo uma questão de nos auto-iludirmos e ignorarmos a sábia e ponderada atitude de São Tomé de ver para crer. Dá-se-lhe o nome de fé. E assim nasce uma coisa estranha a que costumam chamar amor.

Açúcar




Perante a crise económica vigente, foi-me hoje proposta uma alternativa viável para aplicação de eventuais fundos monetários : açúcar. Consta que investir em acúcar é altamente vantajoso. Na antecipação de uma possível crise alimentar, o açúcar é altamente calórico e garante o fornecimento de hidratos de carbono durante bastante tempo. Ninguém passa fome a comer açúcar puro. Além disso vem em monodoses individuais - os banalizados pacotinhos que cabem facilmente no bolso do casaco ou nas malas de senhora, já de si a abarrotar de coisas absolutamente fúteis e inúteis (mas essenciais à sobrevivência feminina, tal como o consumo de glicose. A falta de batom do cieiro pode assumir proporções trágicas para grande parte das mulheres). Embora não tendo o Cotão espírito capitalista particularmente apurado, o investimento numa vida mais doce afigura-se bastante profícuo. Como tal, o Cotão decidiu investir em pacotinhos de açúcar da Nicola. Porque garantem um sorriso meloso a cada chávena de café. E um potencial problema de hipertensão arterial ou diabetes a partir dos 40.

domingo, 12 de outubro de 2008

No pain, no game ...


Sempre que ocorre a mudança de estação, o meu corpo ressente-se. Fico mais cansada, irritada, durmo mal (muito mal), arrastam-se as dores de cabeça e é como se carregasse um peso extra nas costas a cada passo. É um síndrome perfeito de TPM feminino com duração de cerca de 3 semanas (à excepção da vontade descontrolada de comer chocolate). Esta mudança fez-se hoje, finalmente, sentir. Terá sido, talvez, da chuva e do tempo cinzento. Terá sido das folhas que se acumulam no vidro do carro quando estou parada nos semáforos, e que se erguem de uma assentada só aquando do arranque. O Outono chegou, hoje, para mim. O Outono é sempre a estação das grandes mudanças na minha vida. Posso afirmar, em retrospectiva, que nunca foi no Outono que os acontecimentos mais marcantes tiveram lugar, mas foi sempre nele que foram assumidas as mudanças de direcção que maior impacto e significado tiveram. O Outono é sempre a estação das decisões que realmente importam. Aquelas que mudam o rumo pré-estabelecido e percorrido linearmente ao longo de toda a inércia dos meses quentes, nos quais a vida apenas se arrasta, como que em compasso de espera para um ponto de rotura com a prévia monotonia. Durante o Inverno as ideias maturam, hibernam protegidas da intempérie para brotar com toda a força mal se vislumbre de novo a cor do céu. Mas na verdade, para mim, esse é somente o acelerar do passo num caminho que começou a ser percorrido algum tempo antes. E como em tudo na vida, o que mais custa é começar. A mim, custa-me o sono, o descanso, as dores de cabeça ... Ninguém disse que as grandes mudanças eram gratuitas. O nascer de algo novo é, muitas vezes, um processo doloroso. Os ingleses têm uma frase perfeita para descrever tudo isto: no pain, no game ... Por isso ... press start ...

Tolerância


O Cotão já não pode ver tiras de glicémia e medidores de colesterol à frente. O Cotão deve ter feito umas 300 medições só este fim-de-semana. Inclusivé a si próprio, já que tem uma acentuada veia masoquista e, volta e meia, não resiste a dar a pica. Assim, o Cotão descobriu que não tem colesterol alto, o que é sempre benéfico. Além disso o açúcar no sangue do Cotão anda sempre relativamente baixo, embora ele se farte de comer rebuçados e porcarias com açúcar (o Cotão é tal e qual como uma criança só que daquelas que lavam os dentes depois da doçaria). Por fim, o Cotão tem, tendencialmente, tensão arterial baixa, especialmente pela manhã, o que explica as frequentes tonturas e o cambalear ao acordar. E garanto ... nem 5 cafés são suficientes para elevar a dita cuja. O Cotão julga ter descoberto que, ao fim e tantos anos de consumo, o seu organismo desenvolveu uma natural mas preocupante tolerância à cafeína.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Kat&Ben flower power


O Cotão recebeu hoje, finalmente, e depois de uma ânsia desmedida nos últimos dias, o prometido prémio virtual pela sua já referida vitória no desafio proposto pelo blog The winner takes it all. O Cotão não cabe em si de tão contente, e não pode deixar de agradecer ao adorado administrador do blog pela sensibilidade e carinho que depositou na confecção do galardão. Relembrar ainda que está perdoado por ter voluntaria e maliciosamente escondido o meu casaco Adidas e que, caso o plano avance para além do utópico, será ele o destinatário do primeiro ramo de flores do Kat&Ben flowers, entregue com todas as mordomias e pessoalmente ao domicílio numa Wolkswagen Pão de forma, pelo senhor Ben Harper, a cantar Waiting on an angel. Como prova da minha imensa gratidão ...

domingo, 5 de outubro de 2008

Enquanto dura

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O Cotão anda a ouvir os The Presets porque ao fim da primeira audição eles se tornam irritantemente viciantes. Não por muito tempo, é verdade...
Mas como tudo na vida ... enquanto dura é bom...

The Presets : Talk like that

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sábado, 4 de outubro de 2008

Love as it used to be ...


O Cotão é meloso. Para quê desmentir? O Cotão é manteiga derretida em lume brando. Comove-se facilmente com as pequenas coisas. Como a Lassie, por exemplo ... não havia episódio da Lassie em que não lhe viesse a lagriminha ao canto do olho. Mas desta vez a comoção deve-se à descoberta de que o amor, afinal, ainda existe em alguns lados (ou em algumas pessoas) na sua forma ancestral. Ou seja, com ancestral o Cotão refere-se mais concretamente ao namoro como era aqui à uns anos, antes de os Beatles e o flower power terem despoletado um frenesim de hormonas descontroladas à solta entre a população juvenil. O Cotão não sabia, mas ainda há homens que pedem em namoro. E com pedir o Cotão quer dizer pedir mesmo, com todas as letras, mão na mão e um olhar esquivo e envergonhado "Queres namorar comigo?". Claro que é do conhecimento geral que pouco depois as hormonas assumem o comando e que se lixe o romantismo. Mas por um curto período de tempo (que hoje em dia não dura mais que alguns minutos), há que dizê-lo: é bonito. E mais feliz o Cotão fica por se tratar de uma pessoa alvo do seu grande carinho e que merece assim um namoro à antiga. No seguimento de tudo isto, o Cotão pergunta-se: e as cartas de amor ... será que ainda se escrevem cartas de amor? Ou estas foram sofregamente relegadas para um plano inferior pelas SMSs, MMSs, Tokings, messenger, Hi5 e afins ...

The cruel reality


Sorte na vida ...


O Cotão não tem o hábito de jogar no totoloto, totobola ou Euromilhões. Logo, não ganha nada. O Cotão só compra rifas para cabazes de Natal se a pessoa for amiga do peito, do tipo de amiga que fica para a vida. Logo, o Cotão não tem muita sorte na época natalícia. O Cotão é envergonhado e não vai ao Quem quer ser Milionário (embora tenha esse sonho). Logo, não ganha 250 000 euros. O Cotão não joga cartas a dinheiro, até porque o Cotão só sabe jogar à bisca, e mal. Logo, não há sorte ao jogo para o Cotão (lá diz a sabedoria popular - Azar ao jogo, sorte ao amor. O que só prova que nem sempre os adágios do povo pautam pela sabedoria). O Cotão não tem acções na bolsa porque ainda não é financeiramente independente (o Cotão está quase a acabar o curso, mas do quase ao já está ainda vai um bom esticão e muito sacrifício). Logo, o Cotão não pode assumir em pleno a sua veia de capitalista.
Ou seja, o Cotão não arrisca, logo, não petisca. O Cotão só ganhou alguma coisa 3 vezes na vida. Quando andava no liceu, ganhou um concurso literário que pouco mais lhe grangeou para além do reconhecimento do júri do concurso. Afagou o ego, não o vai negar, mas de pouco lhe serviu já que a área das letras foi despudoradamente preterida a favor da área da saúde. Outra vez o Cotão ganhou um colchão ortopédico ... não é para rir, é a mais pura das verdades. Mas como a cama do Cotão ainda é cama de menina solteira e prendada, o feliz beneficiário (em termos de saúde) do afamado colchão foi outra pessoa da família do Cotão ... mas não o Cotão. Da terceira vez que a sorte bateu à porta, o Cotão ganhou um carregamento de biscoitos para cão da Friskies por ter tirado uma fotografia, e parafraseio "muito artística e expressiva" do respectivo companheiro de 4 patas. O Fusco agradeceu, o Cotão durante muito tempo não teve que comprar biscoitos para cão. Sempre foi menos uma despesa.

Por isto é que o Cotão está muito feliz por ter sido o vencedor do desafio proposto pelo blog The winner takes it all , embora reconheça que a resposta foi tendenciosa e que a escolha foi baseada na experiência pessoal conjunta com o respectivo administrador do referido blog. Ainda assim, é uma vitória. O Cotão encontra-se em estado de profunda comoção e aguarda agora, ansiosamente, a devida e prometida remuneração virtual. Na verdade, o Cotão gostava mesmo era de uma carrinha Wolkswagen pão de forma como as de antigamente. Mas a humildade é uma virtude e o Cotão sabe reconhecer as suas limitações ...

A banda sonora deste post não poderia ser outra que não esta ...




quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Delicious ...

Nem parece nada meu. Mas de uma forma estranha eu gosto desta música. Ouço-a quase todos os dias e acabo sempre a cantar. Deliciosa ...