Deleitadas com as magníficas cores, soberba variedade (e preços deveras modestos) da secção das frutas e legumes de um qualquer supermercado, nós, mulheres do povo isentas de desprezíveis elitismos e "empinismos" de narizes, apreciamos alguns belíssimos exemplares da gastronomia estival. Brejeiramente apoiada na banquinha das melancias, exploro a minha usualmente contida faceta desinibida e pouco preconceituosa e folheio, pela primeira vez, a edição portuguesa da Playboy. O que me incute um certo desnorteio à visualização de tanta forma redonda e sumarenta, ele é melão, meloa e melancia, a páginas tantas acomete-me uma inusitada dislexia no que respeita à detecção e distinção entre as várias formas geométricas angulosas e com linhas rectas. A mente humana, de facto, confunde-se com pouco. E depois aquela coisa do Joaquim de Almeida a dizer que aos 50 anos em nada se coíbe de fazer o amor (atenção, é O AMOR) num autocarro com 15 pessoas a bordo. Sabem o que vos digo? Que de pureza e castidade já não se alimenta o Homem. E que nesta altura de acentuado calor, o que para aí não falta é melancia. Melancia e melão. Enfim, fruta da época ...
