terça-feira, 4 de novembro de 2008

Tapar o sol com a peneira


Há dias nos quais a realidade é mais brusca connosco que o costume. Em que nos espeta à frente dos olhos o que insistentemente procuramos não ver. Sabemos que está lá, mas é preciso bater de frente contra o obstáculo. Levar um murro no estômago com violência suficiente para causar mazelas. Colocar sal na ferida e deixar arder até sarar. Ajustar a graduação das lentes para melhor focar as imagens. Estas não têm a destreza das palavras a mentir. Como no livro do Saramago : se podes ver, olha ... se podes olhar ... repara ...

2 comentários:

Heráclito Guimarães disse...

A vida é dura e cruel connosco. Sim há dias piores do que outros e com todos ele podemos aprender. Nem sempre fazemos o que queremos, nem sempre deparamo-nos com o que esperamos, mas de uma coisa podemos ter certeza.Com toda a dureza aprendemos, com toda a dureza crescemos.

O Homem é um animal social, mas é como todos os demais, singular, no sentido de ser único, de ser diferente -dentro da sua própria espécie. Reagimos de forma diferente a situações idênticas e de forma idêntica a situações diferentes.
Daí alguns de nós conseguirmos fechar os olhos a algumas situações e outros não, assim como uns têm mais paciência do que outros...
A percepção é própria, a forma de lidar com a situação também, daí sofrermos de forma diferente a uma realidade igual, exprimir-mo-nos de forma diferente a um sentimento comum.
Quando dizemos que tapamos o sol com a peneira, não estamos mais do que a fugir da realidade. Há que encarar e lutar da forma que achemos mais justa, melhor para nós e que permita de forma saudável levar avante as nossas certezas e vontades.

Parabéns pelo Blog

Caty disse...

Há coisas que nos escorrem das mãos porque simplesmente estão para além do nosso alcance. E não há maior frustração que o reconhecimento da inutilidade das nossas acções. A passavidade é um castigo cruel. E o papel de espectador é, de todos, o mais ingrato. Cada um sente como sente senhor professor;) Além disso, como aqui já foi referido neste blog, o Cotão aprende sempre com as coisas boas e com as coisas más. É uma das suas (poucas) virtudes. Especialmente com as cabeçadas contra a parede. E isto porque o Cotão sempre pautou a sua conduta pelo gosto na aprendizagem. O que não nos máta torna-nos mais fortes ... é das poucas certezas que o Cotão tem na vida. E prega ele estas mezinhas com conhecimento de causa. Que de míope já lhe basta a vista ;) Beijinho ...