segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O povo percebe, não o substimemos


A Playboy portuguesa coloca este mês na capa O Ricardo Araújo Pereira. O homem que tornou as palavras esmiuçar e sufrágios em termos de (ab)uso diário do nosso povinho. Uma coisa, assim digamos, muito americanizada. Parece a capa da Times, e não olhando para o nome da revista, na verdade, ninguém nota. Isto deve ter sido berço de ideias profícuas no seio da imprensa mais ou menos séria deste país. Ou muito me engano, ou na próxima semana, a revista Visão vai trazer nas páginas centrais uma produção fotográfica ousada de Filipa Vacondeus numa cozinha decorada à la Provence, e a revista Maria vai substituir a famosa secção Diário para ele e para ela por uma reportagem sobre a perseguição aos líderes da oposição iraniana. Uma coisa assim muito cultural. Que a gente é do povo mas não é burra, a gente percebe (dizia isto uma senhora rechonchuda com um saco cheio de broínhas de Natal, na fila de pagamento da pastelaria Vénus. Que por acaso trazia a Revista Maria desta semana na mala).
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Sim, eu vejo a revista Playboy.
Sim, eu conheço a secção Diário para ele e para ela da Revista Maria.
Não, eu não gosto de broínhas de Natal.
Sim, eu tenho um problema com bolos que levam frutas cristalizadas.
Não, não há Bimby no mundo que substitua a insubstituível Filipa Vacondeus.

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