sábado, 15 de agosto de 2009

As time goes by


Ainda que os dias se pareçam arrastar lentos, vagarosos, o tempo é, de facto, factor implacável. Especialmente nesta altura estival, quando me dou conta que tanto acontece em tão pouco tempo, e que nada à minha volta permanece imutável. Isto porque chega Agosto e os amigos de infância enviam os convites de casamento e de baptizado. Nos cruzamentos fortuitos nas mais banais situações uma das mãos empurra um carrinho de supermercado e a outra embala um carrinho de bebé com uma pequena criaturinha chorona e birrenta lá dentro. Eu estou a acabar o curso. De pensar em casamentos e afins surge-me uma urticária pruriginosa pelo corpo todo, uma comichão que eu não consigo controlar. Tenho cá para mim que, apesar de gostar muito de crianças, sou ainda muito nova para ser mãe, se ainda mal sei cuidar de mim, quanto mais cuidar de outros. Tenho 8 gatos, e para demanda de mimo, por enquanto, basta-me. Tenho mil projectos para concretizar antes de me entregar às delícias da serena vida familiar. Ou esta gente é muito apressada ou eu sou lentinha e já devia ter feito muito mais coisas na vida. Ou simplesmente cada um tem um ritmo distinto que impõe diferentes expectativas em diferentes fases da vida, mais ou menos precoces, mais ou menos tardias. Ou nem sempres as coisas correm como planeamos. Estas coisas dão-me sempre a volta à cabeça na altura de comprar um vestido e uma porcaria de uns sapatos a condizer para as protocolares e deveras entediantes cerimónias.

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