domingo, 23 de agosto de 2009

É Kitsch

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A minha madrinha, sempre que volta dos Estados Unidos (ou como eles dizem, da América, tomando o país pelo continente), traz-me sempre um roll-on de marca e 2 ou 3 pares de cuecas da Calvin Klein. Diz-me ela que nada daquilo é contrafeito, que é tudo original. Desta vez têm rendinha à volta. Diz que já sou uma jovem bem crescidinha. Perguntou-me se queria ir com ela ver o Tony Carreira ao pavilhão lá da terra, que bilhetes a 5 euros são fenómeno inesperado para quem gastou ainda no outro dia 500 dólares numa carteira Michael Kors. Tive que lhe explicar com jeitinho que, apesar do ecletismo das minhas preferências musicais, Tony Carreira não me é propriamente uma referência. Nem ele nem o filho. Existem elementos da minha desmembrada e conflituosa família que são um mimo absoluto. Pelo menos desta vez não me enfiou um volume de Marlboro na mala às escondidas da minha mãe. O meu padrinho continua a acreditar que eu fumo às escondidas. Para quê desmistificar?
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