domingo, 12 de outubro de 2008

No pain, no game ...


Sempre que ocorre a mudança de estação, o meu corpo ressente-se. Fico mais cansada, irritada, durmo mal (muito mal), arrastam-se as dores de cabeça e é como se carregasse um peso extra nas costas a cada passo. É um síndrome perfeito de TPM feminino com duração de cerca de 3 semanas (à excepção da vontade descontrolada de comer chocolate). Esta mudança fez-se hoje, finalmente, sentir. Terá sido, talvez, da chuva e do tempo cinzento. Terá sido das folhas que se acumulam no vidro do carro quando estou parada nos semáforos, e que se erguem de uma assentada só aquando do arranque. O Outono chegou, hoje, para mim. O Outono é sempre a estação das grandes mudanças na minha vida. Posso afirmar, em retrospectiva, que nunca foi no Outono que os acontecimentos mais marcantes tiveram lugar, mas foi sempre nele que foram assumidas as mudanças de direcção que maior impacto e significado tiveram. O Outono é sempre a estação das decisões que realmente importam. Aquelas que mudam o rumo pré-estabelecido e percorrido linearmente ao longo de toda a inércia dos meses quentes, nos quais a vida apenas se arrasta, como que em compasso de espera para um ponto de rotura com a prévia monotonia. Durante o Inverno as ideias maturam, hibernam protegidas da intempérie para brotar com toda a força mal se vislumbre de novo a cor do céu. Mas na verdade, para mim, esse é somente o acelerar do passo num caminho que começou a ser percorrido algum tempo antes. E como em tudo na vida, o que mais custa é começar. A mim, custa-me o sono, o descanso, as dores de cabeça ... Ninguém disse que as grandes mudanças eram gratuitas. O nascer de algo novo é, muitas vezes, um processo doloroso. Os ingleses têm uma frase perfeita para descrever tudo isto: no pain, no game ... Por isso ... press start ...

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