segunda-feira, 6 de abril de 2009

Género


Ele há perguntas por demasiado simples e por demasiado lixadas de responder. Ele há pessoas que as atiram despudoradamente à cara quando presumimos em tal gente a delicadeza de não as colocar a sangue frio. E depois fica a pessoa (entenda-se aqui a entidade) encurralada. Porque é a mais simples das questões com a mais vergonhosa das respostas. E lá fico, toda eu fraqueza, assim exposta. Lamento ainda hoje, e quase numa base diária, o não ter sido abençoada pelo criador com a dádiva da masculinidade. Isto da aleatoriedade genética é uma verdadeira roleta russa que, creio eu, não pendeu para o meu lado. Que esta coisa de se ser mulher nem sempre é fácil. E nem me refiro às flutuações hormonais que infernizam a nossa vida com periodicidade mensal. Ser mulher é, de facto, uma grande chatice e uma cefaleia recorrente. Que é como quem diz uma dor de cabeça. Que é como quem diz daquelas que volta e meia não doem mas moem. Isto porque não existe fuga airosa da eterna condenação do vigésimo terceiro par cromossómico. Raios ... ele há de facto dias em que mais valia ter nascido homem ...

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PS: a propósito, tenho grande estima e apreço pelas pessoas despudoradas e sem papas na língua que disparam perguntas incómodas sem aviso prévio. Alguém que me faz engolir em seco e gaguejar em vez de se por com rodeios à volta do que é simples e óbvio. Fosse muito boa gente assim ...


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