
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Birthday girl
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Nos meus jeitos desenjeitados, nem sempre me sobra o jeito de, ajeitadamente, expressar o que às vezes a falta de jeito encobre. Embrulham-se as palavras do céu da boca, e ali presas perdem a vez, deixo-as amarelecer até perderem a razão de ser. Não refuto o meu problema de expressão. Tenho-lhe raiva, aprendi a viver com ele. Queria tantas vezes raspar de vez todo o bolor que não consegui ainda tirar da pele, e contar-te que penso muitas vezes que, na actual doçura dos dias que percorremos sem pressas, sem o peso do mundo nos ombros, recordo ainda, de mãos trémulas e incertas, que nem sempre o passar do tempo nos foi meigo. Que nem sempre os sorrisos se abriram com fluidez. Que nem sempre houve sol. Mas que se hoje os meus dias são mais quentes, é porque tive sempre o amparo e o calor das tuas mãos abertas, e o refúgio dos teus braços isentos de juízos de valor. Nos meus jeitos desenjeitados, quero com isto dizer que gosto muito de ti. Parabéns Amara ...
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terça-feira, 23 de junho de 2009
Banda sonora das noites de início de Verão
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Gostei muito de Far, último álbum de Regina Spektor. Assim muito mesmo. Especialmente em replay pela noite adentro.
Regina Spektor : Laughing with
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Menina, menina ...
... olhe que contos de fada não enchem barriga !!!
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Menina, de facto.
Todos os dias, à meia-noite, o meu Peugeot 206 vira abóbora e os sapatinhos de cristal, que me fazem bolhas nos pés delicados, são preteridos a favor de uns confortáveis chinelinhos de quarto às risquinhas, comprados nos saldos da Women Secret no ano passado. E não me deu ainda a loucura para ir comprar umas soquetes brancas com raquetes. Já me constou que os chineses têm umas bem catita. Depois adormeço profundamente e dou em sonhar com tartes de mirtilo. Minha doce a adorada senhora, a minha vida de conto de fadas não tem assim tanta coisa. Mas olhe bem que não é por tal facto que não ando eu de barriguinha cheia ...
sábado, 20 de junho de 2009
sexta-feira, 19 de junho de 2009
If you feel you can let go, let go ...

Lição aprendida: em vez de fechar portas, vou começar a deixá-las entreabertas ...
Feitiozinho do papá
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7 anos depois de me teres deixado ... continuo a ter o teu (bom e mau) feitio ...
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7 anos depois de me teres deixado ... continuo a ter o teu (bom e mau) feitio ...
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quinta-feira, 18 de junho de 2009
Message in a bottle 0:31 - Love is no big truth, driven by our genes *
(HIPER) ventilação
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No desenrolar lavagante dos dias, curiosamente, os acontecimentos sucedem-se a uma velocidade alucinante. Nem tudo é filtrado e muitas coisas acabam por me passar ao lado. Sinto-me fora do meu tempo. Não por inadequação, mas porque não consigo correr mais depressa. E ele há alturas em que me falha o fôlego.
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No desenrolar lavagante dos dias, curiosamente, os acontecimentos sucedem-se a uma velocidade alucinante. Nem tudo é filtrado e muitas coisas acabam por me passar ao lado. Sinto-me fora do meu tempo. Não por inadequação, mas porque não consigo correr mais depressa. E ele há alturas em que me falha o fôlego.
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quarta-feira, 17 de junho de 2009
Why not that easy ?
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Atirá-los pela janela fora. Enfiá-los num qualquer caixote do lixo. Esmagá-los com a sola dos sapatos bem esmagadinhos em pó. Enterrá-los numa cova no quintal das traseiras. Mandá-los pela sanita abaixo e puxar o autoclismo. Afogá-los no rio (e o Mondego aqui mesmo a jeito). Deixá-los a apodrecer no fundo de um poço. Pulverizá-los para a atmosfera. Aaaaaarrrrggggggghhhhhhhhhhhhhh.....
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Atirá-los pela janela fora. Enfiá-los num qualquer caixote do lixo. Esmagá-los com a sola dos sapatos bem esmagadinhos em pó. Enterrá-los numa cova no quintal das traseiras. Mandá-los pela sanita abaixo e puxar o autoclismo. Afogá-los no rio (e o Mondego aqui mesmo a jeito). Deixá-los a apodrecer no fundo de um poço. Pulverizá-los para a atmosfera. Aaaaaarrrrggggggghhhhhhhhhhhhhh.....
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Isto não são só tristezas e resmunguices que não interessam ao Menino Jesus ...

Sou categoricamente a favor do celebrar dos valores e tradições da nossa mui amada portugalidade (que, ao que consta, por estes lados mas também além fronteiras, é assim uma fortíssima imagem de marca da nossa identidade de eternos descobridores e desbravadores de novas terras, terrinhas, terreolas e afins). É por isso que me sinto tentadíssima a dar largas à piqueniqueira que há em mim, deixar para trás todos os preconceitos em relação à música popular portugues(inh)a, e juntar-me às massas populacionais das mais variadas faixas etárias (com claro predomínio para a geriátrica, infanto-juvenil e adulta feminina que não sabe bem se gosta mais do Carreira filho se do Carreira pai). Dar o meu modesto mas voluntarioso contributo para o recorde do Guiness do maior piquenique do mundo no Parque da Bela Vista em Lisboa, acompanhado pelo romantismo da voz docinha de Tony Carreira. Um cestinho de verga recheado com sandochas de Paté La Piara de atum em escabeche, garrafinhas de Leite achocolatado Ucal e suminho Trinaranjus de maçã. Não estou desorientada não senhora. Já fiz coisas mais parvas na vida por impulso. E pensa muito boa gente que este blog é só lamentos e meloseiras.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Disfagia
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Quando eu penso que já mastiguei e, com um considerável esforço, já passou da garganta, volta-me o assunto à boca e com um sabor amargo na ponta da língua. Chama-se a isto regurgitar. E depois ruminar. Desta forma é difícil sair da cepa torta.
Quando eu penso que já mastiguei e, com um considerável esforço, já passou da garganta, volta-me o assunto à boca e com um sabor amargo na ponta da língua. Chama-se a isto regurgitar. E depois ruminar. Desta forma é difícil sair da cepa torta.
Arritmia

Pegou-se-me às mãos uma qualquer porcaria viscosa. Pegou-se-me a peganhenta. Usou-me as mãos como porta de entrada, a malfadada. Depois foi desbravando terreno, insidiosa e ladina, pegou-se-me aos lábios, aos olhos, ao cabelo, às vias respiratórias, ao tecido cardíaco, ao fígado, aos rins ... Pegou-se ao corpo todo quando por ela dei conta. Peganhenta. Pegajosa. Só pode ser doença. Já pensei ser infeccioso mas, além de não me sentir febril, ela pegou-se a mim e eu não a consigo pegar aos outros. Já pensei ser um cancro, e, nesse caso, no ponto em que isto se encontra, já tenho metástases por todo o organismo. Não passa com aspirina. Causa-me um distúrbio sistémico que só visto. Já estou farta de tomar banho e até já lhe entornei diluente. Infrutífero. Não sei já como me ver livre dela.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Message in a bottle 0:07
Time heals everything, Sugar ...
terça-feira, 9 de junho de 2009
Em fase de crescimento ...
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Gosto dos Bons Rapazes, e de regressar a casa com eles.
Gosto de sementes de girassol.
E de Danoninhos também (descobri ontem).
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segunda-feira, 8 de junho de 2009
Direito de voto para as criancinhas

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Não fui só eu, certamente, a reparar na semelhança, ou então isto seria apenas um pensamento deturpado saído da minha cabeça. O que falhou na campanha de Vital Moreira foi não ter criado uma personagem animada com músicas básicas e de fácil compreensão para convencer os eleitores a colocarem a cruzinha na sua pessoa. Certezinha que a esta hora está arrependidíssimo. Se funcionou com o Avô Cantigas ...
I don't mind a rainy day

O Jay Jay Johanson lançou este ano novo álbum, de seu nome Self Portrait, que parece ter passado um bocado ao lado de toda a gente. Eu mesma tive que esbarrar com ele de frente na FNAC para me aperceber da sua existência. Após uma primeira audição, não me parece muito diferente daquilo a que o senhor já nos habituou nos outros álbuns. Ou seja, à primeira dentada, soube-me a mais do mesmo. O que não é mau de todo, visto que eu sempre gostei muito da voz do rapaz, mesmo melosa e irritante, como alguns gostam de a caracterizar. Este álbum precisa de uma audição mais minuciosa. Os discos que me agradam logo à primeira audição cansam-me muito rapidamente. São aqueles que exigem esforço e dedicação que se revelam, frequentemente, boas surpresas. E este é um disco que sabe bem ouvir num dia de chuva como o de hoje.
sábado, 6 de junho de 2009
Eternal sunshine of the spotless mind

Dou por mim a pensar que estas coisas deviam ser como no filme do Michel Gondry ... podíamos recorrer a clínicas especializadas no apagamento de memória de tudo o que diz respeito a relações e relacionamentos (não sei se compreendem a diferença) de um passado longínquo, ou nem tão logínquo quanto isso. Tornava o dia-a-dia um pouco mais simplificado. Ou então sou eu que tenho tendência a complicar o que na verdade é de uma óbvia simplicidade. Cada vez mais colecciono certezas acerca do facto de aquela coisa chamada instinto maternal só servir para nos atrapalhar a existência. E com sentido maternal não me refiro a ter bebés. O nosso sentido maternal reflecte-se nas mais insignificantes tonalidades que imprimimos às ligações que acabamos por estabelecer com os outros. De um modo geral, gostamos de tomar conta. Como na canção do Caetano Veloso, "Quando a gente gosta é claro que a gente cuida". E deste modo intuitivo nos afeiçoamos a quem devemos e a quem não devíamos. E nem sempre incitamos formas saudáveis de lidar com a situação. A minha abordagem, notei eu recentemente, manteve-se firme desde que me (re)conheço como gente: esquecer, afastar, seguir em frente. Com o tempo cicatrizam-se as lesões mas fica qualquer coisa a moer, irritantezinha, persistente. É aqui que entra o dito filme (o qual, tenho a dizer, faz parte da minha lista de amores cinematográficos devotos) ... um botãozinho para apagar tudo o que sobrou empacotado em memórias dava imenso jeito.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
HOME

Foi hoje apresentado a nível mundial o documentário HOME da autoria de Yann Arthus-Bertrand e produzido pelo realizador Luc Besson, e quem teve a sorte de estar sintonizado na RTP2 às 20:30 de hoje sabe bem o que quero dizer. Um acertivo alerta para a dimensão da destruição do nosso planeta e para a responsabilidade de cada um de nós. Com imagens aéreas de uma beleza impressionante, filmado em 54 países, vem-nos lembrar que este planeta é, de facto, a nossa casa, e que não é tarde demais para enveredar pelo caminho do optimismo. Simultaneamente belíssimo e angustiante ... Disponível à pouco mais de uma hora no You Tube e também ...
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quinta-feira, 4 de junho de 2009
Tough job but someone's gotta do it ...

quarta-feira, 3 de junho de 2009
Happy Birthday Ju
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Tenho-te os olhos como marcas de sol, de uma luz que é só minha quando nos meus lanças âncora e tornas leves todos os meus amargos de boca. Tenho-te o sorriso como uma ilimitada paleta de cores com que pintas feições mais puras no meu rosto. Tenho-te as mãos como refúgio das minhas quando as palavras mais densas teimam em se enrolar na língua e a embolizar na garganta. Tenho-te como certeza. De que, mesmo longe, vou sempre ter presente a luz dos teus olhos, as cores do teu sorriso e o calor das tuas mãos. Parabéns Ju ...
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Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.
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Tenho-te os olhos como marcas de sol, de uma luz que é só minha quando nos meus lanças âncora e tornas leves todos os meus amargos de boca. Tenho-te o sorriso como uma ilimitada paleta de cores com que pintas feições mais puras no meu rosto. Tenho-te as mãos como refúgio das minhas quando as palavras mais densas teimam em se enrolar na língua e a embolizar na garganta. Tenho-te como certeza. De que, mesmo longe, vou sempre ter presente a luz dos teus olhos, as cores do teu sorriso e o calor das tuas mãos. Parabéns Ju ...
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Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.
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António Ramos Rosa
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