terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Janeiro


Hoje acordei com uma secreção amarga a escorrer pela boca, e estas palavras mastigadas em seco durante o sono:
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(...) E amanhã será um dia a menos, Um outro som acrescentando à voz, Um abraço fechando-se até ao amor.

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É a letra da música do Tom Waits que derrete na tinta impressa nas palmas das mãos, como forma áspera e inevitável de me lembrar o tempo ao qual pertenço." Remember everything that spring can bring, You can never hold back spring". É o livro de poesia do Vasco Gato caído aberto na mesa de cabeceira. Este poema chama-se Janeiro. É, todo ele, a tradução de uma estranha ambiguidade que já não sentia à muitos Janeiros outros que têm passado por mim e pelos quais tenho passado, deixando atrás um rasto de desassossego.

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